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Já se sentiu à deriva?

  • Bobby Vini
  • 19 de set. de 2016
  • 4 min de leitura

É curioso como sem nunca ter viajado pelos mares, às vezes nos pegamos usando ditados de coisas que apenas imaginamos como seja, ou que talvez tenhamos visto em filmes, séries, desenhos e por aí vai, ou ouvido alguém usar. Quem não entrar no mar, não se afogará. Os mares mais calmos são os mais profundos. Não se afoga no mar o que lá não entrar. No grande mar se cria o grande peixe. Gaivotas em terra, tempestade no mar. O mar não está para peixe. Sendo esse último o mais conhecido para mim, muitas vezes nem entendemos o significado, ou usamos pensando num significado totalmente diferente do original.

Sempre fui apaixonado pelo mar. Encanta-me sua maestria e precisão e me abisma sua imensidão. Sou capaz de ficar por horas admirando-o quando vou à praia, mas não sei qual seria minha reação em alto mar, ao mesmo tempo fico apreensivo e animado de pensar na possibilidade. Mas deve ser uma experiência agradável e única. Por vezes não entendo essa minha atração pelo mar, talvez se deva a tamanha poesia em si, e por se assemelhar tanto a nossa vida.


Feita por tempestades e calmarias, a vida se assemelha ao mar. Assim como um mar revolto, castigado por ventos e chuvas fortes, sabe-se que depois de passado esse período, vem um tranquilo e calmo. Os problemas que vivenciamos também não são para sempre, apesar de não ser possível escapar deles, depois de toda turbulência vivida sempre haverá tranquilidade. E se eu fosse falar aqui de todos os exemplos onde a vida copia o mar, daria um livro com certeza.

O que mais me identifica atualmente, chama minha atenção e faz minha alma se agitar é o fato de ficar atracado em um cais com a triste ilusão de segurança, com medo de se lançar ao mar. Cada dia que passa, tenho entendido e sentido pessoalmente o que é estar à deriva. Ao invés de ficar assustado, desesperado e incomodado com esse meu lado perdido, tenho aprendido com ele, e tem me ajudado bastante a entender o que quero para minha vida.

É preciso muita coragem para se libertar de todas as amarras que o prendem no cais, onde tudo parece estar bem e que temos toda segurança do mundo. Também exige coragem e desapego do medo para sentir-se à deriva, e passar pelas mudanças da vida. Diferente daqueles que são obrigados a mudar por causa das situações de mudança, onde a vida os obriga a dar um novo sentido a ela e por vezes sentem-se à deriva. Os que decidem sentir-se assim permitem que esses sentimentos os ajudem na hora da mudança, e aceitam o risco de viajar por mares não conhecidos da vida, fazendo mudanças necessárias para sua felicidade.

A vida é muito curta para viver preso em uma ilha pessoal com a ilusão de estar protegido. E existe um mar de oportunidades lá fora só esperando para ser desbravado. Não quer dizer que por escolher viajar pelos mares o isentará dos medos, quero dizer que você poderá encarara-los de frente e perceberá que as tempestades em alto mar são as mesmas das em terra firme, com a única diferença que você tem consciência que elas estão pela frente. É preciso muita maturidade para saber identificar se esse desejo pelo desconhecido é simples impulso ou necessidade da alma, significa estar preparado para lidar com as consequências dessa escolha. Os que escolhem se sentir assim em determinado momento, devem fazer com responsabilidade, para que caso sofra um naufrágio consiga se recuperar sozinho sem depender dos outros, mesmo os que o apoiem.


Por medo muitas vezes continuamos em um trabalho que não gostamos por conta do salário, por medo não investimos em uma ideia empreendedora por conta dos riscos de falência, por medo não nos relacionamos por conta de ter de se deparar com o término, por medo seguimos em um curso que não nos vemos exercendo a profissão. A partir de quando aceitamos o medo como parte da gente, conseguimos tomar medidas para controlar a situação. Às vezes é preciso dar um tempo para coisas que não estão dando certo, e repensar a situação, em quanto que momentaneamente deixamos que os ventos mudem nosso rumo em uma nova direção.

O sentimento de estar à deriva não quer dizer desapego de tudo, e sim se permitir às vezes sentir isso, estar sem rumo e não se desesperar, entender que às vezes não sabemos o caminho a seguir e isso é natural. Se permitir viver em certos tempos de inexatidão na vida, e entender que nem sempre acontecerá exatamente da forma que imaginamos. Se permitir ter dúvidas e questionar. Se permitir perder pelo caminho e poder fazer a escolha de voltar ou seguir em frente sem culpa.

Acho que existe muito mais se viajarmos pelos mares da vida, do que se ficarmos amarrados em terra seca. Novos ares, novos lugares, novos olhares. Teremos o controle da viagem da nossa vida, mas por vezes será mais fácil se contarmos com a ajuda dos ventos. E se sentir perdido sem rumo, não será motivo de desespero e sim motivo para refletir e repensar sua rota, talvez, quem sabe, seguir para outro destino.


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