Dica Geek: Totoro e Chihiro
- Bobby Vini
- 7 de out. de 2016
- 4 min de leitura

Pensa numa coisa linda de assistir e encher os olhos? Sim estou falando dos filmes do Studio Ghibli. Se você ainda não percebeu, sou fanático pelos filmes de animação desse estúdio, principalmente os desenhados pelo aclamado diretor Hayao Miyazaki. Sem contar que sou extremamente encantado pelos mitos e histórias do Japão e apaixonado pela Terra do Sol Nascente e sua cultura.
De profundeza inimaginável, seus filmes abordam temas polêmicos e profundos de forma doce e suave, que até uma criança entenderia. Se você é daquelas pessoas que acham que desenhos ou filmes de animação são para crianças, por favor, não continue a ler meu texto, pois ele tem o objetivo de enaltecer os mesmos, e destacar o quão maravilhosos são.
Hoje irei explanar um pouco sobre o primeiro filme que assisti do Studio Ghibli, e outro que apesar de ser de 2001, vim assistir a pouco tempo atrás. Aliás, fui descobrir os filmes de Miyasaki graças a um amigo querido que conheci há alguns anos atrás, às vezes fico pensando: “Em que mundo eu vivia?”. Além de maravilhosos, os filmes buscam renovar os verdadeiros valores para a vida em sociedade e em harmonia com a natureza.
Totoro

O primeiro filme que assisti foi Meu Amigo Totoro ou Meu vizinho Totoro (Tonari no Totoro em japonês), do qual fiz a última tatuagem em sua homenagem. Tororo veio a se tornar ícone da cultura japonesa, símbolo dos Studio Ghibli e um marco nas criações de Miyasaki por ser o primeiro filme a fazer tamanho sucesso. Lançado em 1988, o filme emociona do começo ao fim, de uma profundeza e simplicidade sem igual, faz-nos entrar no cenário e na vida das personagens. Além de ter aberturas para várias formas de entendimento e interpretações.

A animação conta a história de Mei, uma jovem que encontra uma pequena passagem em seu quintal, que a leva a um lendário espírito da floresta conhecido como Totoro (Alguns arriscam dizer que ele é uma espécie de guaxinim japonês),. Sua mãe está no hospital, e seu pai divide o tempo entre dar aulas na faculdade e cuidar de sua mulher doente. Quando Mei tenta visitar a mãe por conta própria, se perde na floresta, e só o grande e fofo Totoro pode ajudar a menina a achar o caminho de volta para casa.

Mas o que chama atenção no filme é o fato dessas criaturas mágicas habitarem a floresta e só as crianças conseguirem enxergá-las. Destacando simplicidade e pureza da vida no campo, a beleza da natureza e a necessidade de sua proteção. No filme há uma linha tênue entre o real e o imaginário, justamente a forma como as crianças veem o mundo com sua pureza, inocência e imaginação fértil, que na maioria das vezes os adultos preenchem por ceticismo, objetividade e materialidade.
Meu vizinho Totoro - Trailer Oficial(My Neighbor Totoro - Official Trailer):
Chihiro
O outro ainda mais fantasioso que esse se chama A Viagem de Chihiro, ou Spirited Away em inglês, lançado em 2001 no Japão e em 2003 no Brasil. Conta a história da personagem cujo filme leva o nome, menina mimada e teimosa, e de sua viagem, seja ela em sentido literal por ter de se mudar com seus pais para uma cidade do interior, ou em sentido figurado que é onde gira todo o filme, o mundo dos deuses. E a única forma de salvar seus pais e voltar para seu mundo é amadurecendo.

O filme lembra bastante a história de Alice no País das Maravilhas, com seres fantásticos e um mundo completamente fantasioso onde tudo pode acontecer, e que o tema central gira em torno do amadurecimento de uma jovem garota passando da infância para a fase adulta, mostrando que apesar de ser mimada pode descobrir uma garota valente e corajosa dentro de si mesma, e que precisará deixar a criança ir embora para a jovem adulta viver, tentando recuperar a continuidade de seu passado mas ao mesmo tempo criando uma nova identidade.

O filme também faz críticas tanto a poluição existente, e também critica a sociedade japonesa moderna em relação ao conflito de gerações e a luta para quebrar as tradições da cultura tradicional. Chihiro busca resgatar sua identidade passada, assim como o Japão busca os antigos valores em meio ao decrescimento econômico na época em que o filme foi feito.

Com muitos outros personagens complexos que ajudam a desenvolver uma história onde o mundo espiritual convive com o mundo material, e que a harmonia é necessária para a existência de ambos. Seja você religioso ou não, o filme não é sobre ter ou não ter, acreditar ou não em uma religião, e sim ao fato de que para uma vida em paz e boa, há a necessidade de união e harmonia entre os seres viventes. Destaca principalmente o respeito como uma forma de resolver as desavenças, vivendo em meio a maldades ou não.
A Viagem de Chihiro - Trailer HD Dublado:
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